Chalé de Perséfone

por **Mestre** Ter Dez 06, 2011 11:30 am

O chalé de Perséfone possuía uma decoração peculiar.
No exterior, um pequeno jardim fora instalado contendo as mais variadas espécies de flores. Rosas, margaridas, tulipas e narcisos eram os mais comuns, mas ainda havia algumas outras que deixavam o lugar incrivelmente bonito. Apesar das diversas misturas de cores e perfumes, o jardim entrava em perfeita harmonia. O cheiro exalado era algo floral e suave, assim como a primavera.
No interior, porém, as coisas mudavam.
As paredes eram negras de cima a baixo, assim como o chão era de um roxo escuro, puxado para o vinho. Porém, para quebrar o clima de seriedade, diversas rosas vermelhas como sangue estavam espalhadas por todo o chalé. Sejam penduradas no alto das paredes, como em vasos postos nas janelas. Elas nunca murchavam, nem perdiam sua intensidade. As camas eram macias e confortáveis, com os lençóis brancos como a neve. Ao lado de cada leito, havia mesinhas e guarda-roupas para uso pessoal.
Nos fundos, a sala de recreações estava cheia de pufes ao redor de uma televisão. Ali seria um lugar para relaxamento e interação entre irmãos.
Por fim, colado cuidadosamente em uma das paredes, havia um pequeno recado. O cartão era perfumado e estava preenchido por uma caligrafia pequena e arredondada, onde estavam escritas seguintes palavras.

“Queridos,
Em primeiro lugar, desculpem-me pela evidente ausência. Talvez não seja a melhor mãe do mundo, mas esforço-me de verdade para isso. Contudo, apesar de não estar presente fisicamente saibam que sempre estarei com vocês, olhando e cuidando de cada um. São realmente especiais.
Aproveitem o acampamento, pois ele será o único lugar seguro nesta nova vida. E quem sabe, na primavera possivelmente, farei uma visita. Ou, talvez, venham me fazer companhia. Vivos, é claro.
Enquanto este dia não chega, se cuidem e tentem não fazer muita confusão.
Com amor, Perséfone."